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Aproximaste-te dengosa e bela, um clássico, depois com um sorriso maroto estendeste-me a mão e disseste "toma é para ti, chama-se diana", rebuscaste na mala e de lá foste tirando vários brinquedos, disseste que eram para encaixar nela mas que me iam dar jeito, pois melhorariam o resultado quando estivesse com ela. Por fim arremataste dizendo "é para ti, mas também quero brincar com ela". Nunca imaginei que fosse tão fácil...
Ainda não sei o que raio da primavera faz com as cerejas, mas sei muito bem o que quero fazer contigo.
*Pablo Neruda in Veinte poemas de amor y una canción desesperada
para todos aqueles que não entenderam a musica dos Deolinda no geral e para a Isabel Stiwell em particular. Deixo aqui uma versão simplificada, com melhor métrica e menos estrofes, só para ajudar, porque no fundo, no fundo, o que queremos dizer é só isto.
Se você for realmente mau, saiba que isso é bom e lhe faz respeitado de forma oblíqua, sub-reptícia. "Meu marido é um canalha!" - geme a mulher para as amigas, com um tênue sorriso de orgulho. E as amigas suspiram, invejando-a pelo adorável canalha que a maltrata. Como são amados os malandros...
O fiel não tem graça. É tedioso, está ali para sempre, enjoado, sem drama. O canalha é aventureiro, malvado, encarna um sonho intangível para a mulher. Todo galã é impalpável. Uma mulher me falou: "Quando um cara me diz "eu te amo", perco o interesse na hora!"
Mulher desconfia de homem bom; o bondoso perde a aura de perigo, o bondoso humilha o favorecido - nada ofende mais que o benefício, nada agride mais que a bondade explícita.
in O cafajeste do smoking impecável de Arnaldo Jabor
Parece que há por aí uma malta descontente, uma amálgama heterogénea de gente jovem que finalmente está disposta a lutar pelo que é seu, malta que partilha entre si o descontentamento e a vontade de dizer basta. Malta que para mal de muitos, os que gostam de tudo catalogar, não se está a deixar entrincheirar, não pertence a sindicatos, jotas, nem tão pouco associações, são apenas malta, em que cada um responde por si próprio e que tem a ousadia de querer ter uma voz activa na politica e no futuro do seu país.
Malta que assume um discurso inovador de promoção do mérito, que considera a única forma justa de ascensão social, num país onde as cunhas, amiguísmo e compadrio tem sido a regra. Malta que apenas pede que o seu trabalho seja dignificado, pois se o país pode ter gestores públicos e políticos tão ou mais bem pagos do que no resto da Europa, tem de ter capacidade para também pagar ordenados justos a quem trabalha e produz. Malta que quer regular a subcontratação, porque muita dela fomenta a precariedade e tem uma distribuição injusta dos rendimentos produzidos pelo seu trabalho.
Malta que quer deixar de ser a maior prejudicada pelo desgoverno do país dos últimos anos, como aqui e aqui, do qual foi a menos responsável. Malta que está cansada da corrupção e de pouco se fazer para a combater. Malta que quer ter acesso ao poder, mas que não está disponível para o carreirismo partidário, até porque não se identifica com os partidos do arco do poder. Malta que não tem nada contra a geração dos nossos pais, até porque não é ingrata, mas que quer derrubar quem dela emergiu para nos desgovernar e para se governar. Malta que está disposta a fazer sacrifícios, mas que quer algo em troca, quer ter esperança e um futuro, algo que era seu por direito e lhe foi surripiado.
Vai haver uma manif no dia 12 de Março, convido todos a ir e a participar. Não é uma manifestação de esquerda nem de direita, por isso espero que todos oportunistas que se tentem apropriar dela sejam corridos a pontapé.
O mote para esta manif parece ter sido uma canção, a canção "parva que sou" dos Deolinda, que por isso, tem sido vilipendiada por tudo o que é opinião do sistema, que, como de costume, tem receio de tudo o que possa afectar o seu status quo. Muitos até descobriram um até agora talento escondido, o de crítico de música, não se coibindo de dar opiniões técnicas sobre a melodia e a letra, que acusam de simplista entre outros mimos. Ora música é o que eles nos estão tentar dar, não se iludam.
Claro que há também os aliados de ocasião, que são aqueles que serão sempre contrários a algo que lhe cheire a maioritário, pensam que dessa forma trazem respeitabilidade às suas opiniões “independentes”. Neste caso só põe a nu essa estratégia.
Comum aos dois, é a sua incompreensão para com esta multidão de gente que se sente injustiçada e identificada com uma música tão “pobrezinha”. Não compreendem, porque, para muitos deles esta realidade não existe, não é a deles.
No meio de tanta iniquidade e baboseira escrita, foi escrito este excelente editorial pelo Pedro Guerreiro, que capta como nenhum o que está em causa e que podia muito bem ser adoptado como manifesto do movimento:
Os Deolinda não estão contra as propinas, não abrem trincheiras, não são sequer panfletários. Isto não é um movimento, é um não-movimento, o que já lhes deu a candura de um não agressor, resgatando dos mesmos que infamemente aniquilaram a "Geração Rasca" a simpatia dos que têm pesos na consciência. Hão-de tentar instrumentalizar isto contra o neoliberalismo ou contra o comunismo, contra a esquerda ou contra a direita, mas é mais puro: é política de há 200 anos, de Rousseau, de Tocqueville, dos vértices libertadores da Revolução Francesa: igualdade, fraternidade, liberdade. Fala-se do Maio de 68, compara-se à espontaneidade do Egipto, confirma-se a força não de um líder, mas das redes sociais. Haverá revolta? Ela será de arame farpado ou de veludo? Ficaremos pela melancolia?
Esta canção é uma carta enviada do futuro. Não é um aviso, é uma súplica. Salve, Deolinda.
Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios
O dia de namorados é importante, mas não necessariamente para quem ele foi supostamente criado, esta ideia "brilhante" pode ter nascido de algum gajo que andava cansado das enxaquecas, que nunca mais deixavam de ser "enxa", da sua miúda e estava disposto a investir para além do trifene200. Ou então por alguma miúda que achou que entre o natal e o seu aniversário havia ali muito espaço livre, pronto a ser preenchido por aquele anel de brilhantes que tanto gostava e por umas rosas vermelhas, que seriam os antídotos certos para aquela sua enxaqueca.
Mas eu até vou mais longe e para mim foi uma combinação de ambos, uma vingança a dois, com requintes de malvadez, para com os seus amigos solteiros, que sempre sorridentes e bem dispostos, não se cansavam de esfregar a sua espectacular vida agitada de sexo selvagem e borracheiras constantes, a eles, que já só saiam ao domingo e ainda por cima, para almoçar em casa da mãe dele. Mereciam uma vingança e tiveram-na. E foi assim que foi criado o dia mais importante do ano dos solteiros, o dia da santa melancolia. Sexo para ele, jóias para ela, whisky para os restantes. Acabaram assim os almoços em casa da mãe dele e passaram a ser na da sogra dela.
Depois de uma referência no rei dos sitemeters, que fez com que passasse de dois subscritores no reader, um dos quais moi même, para uns estratosféricos onze e ainda provocou um acréscimo de mais cinco seguidores no próprio Tumblr. Já não havia volta a dar, pelo que decidi publicitar o meu novo blog, chama-se voluptma e é um tumblr que pretende estar à altura do pedante nome, ou seja com muita badalhoquice, mamas e alguns pêlos púbicos, aqui, ali intervalados, qual entremeada, por parvoíces. Os posts lá colocados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e são o resultado de furtos constantes a tudo o que de melhor a net nos dá grátis.
enjoy it!
*significados esperânticos de voluptama
Qualquer homem que tenha tido contacto em primeiro grau com um zipper (benditas sejam as calças com botões) ou uma daquelas tusas mal acomodadas em que teve de ajeitá-lo no meio de uma rua movimentada sem que ninguém se aperceba, muito menos ela, o que foi impossível, ou mesmo, aqueles entumescimentos inconvenientes, na praia, com a mulher do nosso melhor amigo, que é rapaz ciumento e o dobro de nós. Sabe muito bem que pilinha não é motivo para ter inveja, é antes de mais uma fonte de problemas. Além disso, nós só temos uma, enquanto vós as meninas, podem ter as que quiserem.
A tmn, esperta, sabendo da minha vontade de mudar rede, colocou este placar gigante mesmo em frente ao meu local de trabalho, está atentar-me o dia todo. Logo pela manhã, quando chego, olho para ele e começa a minha indecisão, ter de escolher entre uma e outra não é fácil, mas depois meto-me a reflectir sobre o mundo, em particular, e sobre este placar, no geral e passado um bocado faz-se luz (com lâmpadas economizadoras por causa da crise) e lá me decido, levo as duas.
Acostumados ao muito, o inicio é-nos de difícil habituação, o todo que é o pouco que agora nos é dado, sabe-nos a quase nada, depois, por força do hábito, já o achamos suficiente, mais tarde, com o termo comparação cada vez mais distante, sentimos que o pouco outrora é agora muito, depois...
... acostumados ao pouco, o inicio é-nos de fácil habituação, o todo que é o pouco que agora nos é dado, sabe-nos a muito, depois,...
Apanhado na caixa de comentários deste post daquele blog que eu gosto muito e tal e coiso, vale a pena ainda espiolhar os restantes comentários, são valor acrecentado, que não o imposto e não deslustram em nada, o já de si muito bom post.
O video faz parte de uma série, A Vida Como Ela que é baseada na obra homónima de Nelson Rodrigues, obra que versa o adultério. E leiam o que vos escrevo, vale muito, muito a pena, por isso ide, ide ver.
PS: aparecem maminhas.